Mudanças e reviravoltas


Continuando...

Sempre fui uma pessoa muito fechada em minhas ideias e concepções. Graças a isso, algumas vezes enfrentava dificuldades de viver coisas novas ou de aceitar opiniões contrárias as minhas. Não conseguia lidar com mudanças de nenhum tipo.  Achava que se algo era de um determinado modo, deveria continuar sendo desse jeito e ponto. Desde a minha adolescência, havia traçado certos planos de vida que acreditava que deveria seguir à risca, sem mudar nenhum detalhe... Aquele meu já citado "espírito de liderança", muitas vezes me levava a atitudes mandonas e controladoras. Mas com o tempo, devido a diferentes situações e a alguns (poucos) relacionamentos que vivi, fui me libertando de algumas amarras e aprendi a controlar melhor o meu instinto dominador.

Quando digo que tracei algumas metas para seguir à risca, me refiro a planos em diversos âmbitos de minha vida. Acho que em um parágrafo consigo resumi-los sem grande dificuldade. Como já falei antes, nunca sonhei muito alto, então alguns dos meus ideais podem realmente parecer muito ínfimos para a maioria das pessoas. Queria ser professora de História e dar aula na escola em que sempre estudei; queria me casar, ter quatro lindos filhos e passar o resto da vida morando em um bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Só isso... Simples, não? Nunca determinei um tempo fixo para que isso tudo acontecesse, nunca tive pressa, mas queria que fosse assim, pronto e acabou. Acho que quando era adolescente e delimitei esses planos, em momento algum parei para pensar que boa parte disso dependeria não apenas da minha vontade, mas envolveria a vida de outras pessoas também. Eu acreditava que para ser feliz, bastava alcançar esses objetivos básicos, nada além nem diferente disso. Pobre menina que vivia envolta em seu mundinho cor de rosa (literalmente)...

Bem... Como eu disse na postagem anterior, em um período relativamente curto de tempo a minha vida deu algumas reviravoltas... E é disso que começarei a falar hoje.

No final de 2010, concluí minha graduação, naquela que é considerada por muitos a melhor Faculdade de História da América Latina (Desculpa, mas sou louca pela minha universidade, então não poderia deixar de comentar! rsrs). Ao mesmo tempo em que escrevia minha monografia de final de curso, naquele termo de ano, prestei a prova para o Mestrado na mesma instituição. Entreguei a monografia e fui aprovada na seleção do Mestrado (É! Eu gosto de fazer várias coisas ao mesmo tempo!). Essas foram as primeiras conquistas de uma série de coisas boas que viriam a acontecer... Em seguida, ainda naquele ano, participei de um processo seletivo para uma vaga de professora justamente naquele colégio que já citei algumas vezes, onde estudei e pelo qual sou completamente apaixonada. Depois de enfrentar entrevistas, provas de redação e provas de aula, recebi a notícia que sonhei a minha vida toda em ouvir: eu havia sido escolhida para a vaga. Nossa! Não sei nem descrever a emoção que senti naquele momento. Um dos maiores sonhos da minha vida realizado, em um momento que eu não esperava, assim que me formei! Quem é recém-formado, independente da área, sabe o quanto é difícil conseguir um bom emprego logo de cara, ainda mais aquele que você sempre quis. Definitivamente, Papai do Céu me ama demais! E não posso, é claro, desmerecer o meu mérito, afinal de contas as coisas não caem do céu! Lutar por aquilo que desejamos e persistir são passos fundamentais para a realização de todos os nossos desejos. Em cerca de dois meses realizei os meus três maiores sonhos profissionais. Terminei aquele ano achando que já tinha tudo. Realmente não esperava mais por nenhuma notícia boa tão cedo.

Chegou 2011, o ano letivo começou, entrei em sala de aula oficialmente como professora pela primeira vez (antes só havia dado aulas particulares e em pré-vestibulares comunitários), minhas aulas do mestrado iniciaram... Tantas novidades! Um mundo completamente novo! E ai veio a outra grande reviravolta da minha vida... Aquela que seria “responsável” por todas as coisas que eu viria a sentir a partir dali... Aquela que influenciaria (mesmo que sem querer) uma grande mudança na minha maneira de pensar, de sentir, de ver o mundo... Aquela que me proporcionou um enorme crescimento como mulher e, num sentido mais amplo, como pessoa... Aquela que me levaria “de um momento de felicidade extrema, em que me sentia a pessoa mais feliz do mundo, a um período de tristeza profunda”...

Enfim... Falar disso ainda é muito mais difícil do que eu imaginava... A ideia é desabafar, mas tem coisas que prefiro guardar pra mim... Depois continuo...

Beijinhos!




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