"O
valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que
acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e
pessoas incomparáveis." (Fernando
Pessoa)
O
que é o tempo para quem vive? O que é o tempo para quem ama? Às vezes me deparo
(internamente) com essas e outras perguntas...
Dizem
que o tempo é a solução para qualquer problema... Que ele cura todas as feridas,
todas as dores, todas as mágoas... Que o tempo faz milagres! Mas que mágica é
essa? Será mesmo, o tempo, um remédio infalível? Não sei...
Como professora de História, posso dizer que o tempo é
uma constante em minha vida... Existe o tempo da natureza, o tempo histórico, o
tempo cronológico... Ensino aos meus alunos que o tempo da natureza é aquele
que não podemos controlar, que percebemos, por exemplo, ao observamos o
envelhecimento de uma pessoa. O tempo histórico apresenta diferentes ritmos e
durações, tendo em vista que simultaneamente ocorrem diferentes acontecimentos
que marcam a História, em todos os cantos do mundo. Já o tempo cronológico...
Ah! O tempo cronológico! Este é um elemento cultural, já que fomos nós, seres
humanos, que criamos essa definição de tempo, medindo, contando segundos,
minutos, horas, dias, meses, anos... Enfim... Seria este “tempo cronológico” o
responsável pela resolução de todos os problemas? Hummm...
O tempo é algo tão relativo... Ainda pensando em meus
alunos, lembro-me de um dos exemplos que costumo usar em sala de aula para explicar
essa relatividade do tempo: Quando estamos fazendo algo que gostamos, com pessoas
que amamos, não temos a impressão de que o tempo passa voando? E quando, ao
contrário, fazemos algo que desgostamos, não parece que o tempo se arrasta, que
os minutos demoram mais para passar? Mas cronologicamente o tempo não é o
mesmo? Uma hora fazendo algo divertido não dura os mesmos 60 minutos de uma
hora fazendo algo sacal? Complexo, não?
Só que esse é o MEU diário eletrônico, não é? Então chega
de teoria e vamos para a parte prática! Afinal de contas, falar um pouquinho de
mim é necessário para o bom funcionamento disso aqui (e da minha mente cheia de
ideias e informações)! rsrs...
Ainda me pergunto como algo consegue se tornar tão
importante na vida de uma pessoa em tão pouco tempo. Como alguém pode aparecer
na vida de outra pessoa e em poucas semanas se tornar tão necessária, como se
sua vida só fizesse sentido ao lado daquele ser... Você está feliz e
sorridente, numa ótima fase, até que conhece um alguém e descobre que pode
mais, que aquela enorme felicidade que você sentia anteriormente (ou já havia
sentido em algum outro período de sua curta vida), não é nada se comparada a
tudo aquilo que consegue sentir a partir de um determinado momento... Como em
poucos dias você pode ter tantas certezas, acreditar que encontrou o grande
amor de sua vida e que tudo aquilo duraria para sempre... E o seu mundo
simplesmente se transformar, da noite para o dia... Como se tudo passasse a
fazer mais sentido... Descobre que você pode ser alguém melhor! E você, que
viveu tantas coisas por anos, percebe que aquela recente novidade de uma
maneira extraordinária e inexplicável, simplesmente consegue substituir tudo
aquilo que foi vivido anteriormente... Sendo tão diferente de tudo o que já
sentiu ou viveu! Você não entende o porquê, mas o passado simplesmente perde o
sentido, perde a importância... E uma nova vida começa, como uma folha de papel
em branco, onde você pode escrever a sua história a partir do zero... E você
conhece uma nova felicidade, plena, indescritível... E se agarra àquilo como se
fosse tudo o que tem... O que acaba gerando uma certa dependência... Você passa
a ter necessidade daquela coisa, daquela pessoa...
Acho que a sensação era mais ou menos essa... Não
sei... É realmente difícil de descrever... Mas o “para sempre” também é tão relativo.
Existe o “sempre”, o “eterno”? Se o “sempre” é infinito, sabemos que ninguém é
capaz de viver todo esse tempo para contar, não é mesmo? E tudo aquilo que você
sentia e era reciprocamente correspondido, simplesmente deixa de existir...
Acaba... Morre... Da mesma forma que chegou, vai embora... Quando você não
espera, sem você entender, te surpreendendo negativamente... E você demora a
entender, entra em estado de choque, perde toda e qualquer reação... Simplesmente
nada mais faz sentido... E você se perde... Perde-se daquele sentimento bom,
gostoso, e se perde de si mesmo... E você luta, não desiste... Até que percebe
que não há mais nada a ser feito, afinal de contas, não depende de você. Mas
precisa continuar lutando... E essa passa a ser uma luta interior, uma busca
por si mesmo, um reencontro interior... E como é difícil esse reencontro... Mas
você é forte, é segura e determinada. E é isso que te impede de se perder por
completo... E mais cedo ou mais tarde você acaba se reencontrando... Um dia...
E afinal de contas, o que eu sei agora? Pergunta
difícil! Bem... Eu aprendi que só posso responder por mim, pelos meus
sentimentos, por aquilo que vivi e/ou vivo. Eu sei que sempre fui muito segura
acerca de tudo em minha vida, que nunca tive dúvida do que queria para mim,
muito menos dos meus sentimentos. Sei também que não tenho a capacidade de
responder pelos outros, muito menos de mudar o que pensam ou sentem... Seria
tudo muito mais fácil se pudéssemos ter total controle sobre aquilo que
sentimos e pensamos, e sobre aquilo que sentem e pensam a nosso respeito... Mas
as coisas não funcionam desse modo...
Aprendi que embora o tempo seja algo muito
significativo, muitas vezes ele não é o elemento mais importante. A intensidade
fala mais alto. Aprendi que uma única pessoa, em poucos meses, pode ser tornar marcante
para o resto de sua vida... E o tempo passa... E internamente nada muda...
Seria mesmo o tempo a solução de todos os problemas? Não sei... Só o tempo irá
dizer...
E vou parando por aqui...
Beijinhos!
Gostei bastante desse post... como te disse antes me identifico com algumas das coisas que vc posta. Realmente acho que tempo é algo mt relativo, com ctz e q ajuda a superar certas coisas, certas ausências. E que chega um momento que vc percebe q boa parte do seu sofrimento é exatamente por ter de certa forma se tornado mt dependente de alguém sentimentalmente falando e que qnd essa pessoa sai da sua vida sem vc entender o pq, é complicado de vc se reencontrar mas acho q uma hora se consegue, eu ainda estou me reencontrando,acho... e vc tb parece estar se reencontrando ou ter se reencontrado e no final é isso que acaba importando. Como vc disse tem certas coisas q não dependem da gnt, ninguém consegue amar sozinho e nem obrigar sentimentos nos outros né?! mas no final o tempo ajuda =)
ResponderExcluirConcordo com tudo o que você disse, Jéssica! E eu também continuo tentando me reencontrar, mas as vezes parece uma busca incessante... Mas tudo melhorará! Preciso acreditar nesse tempo milagreiro! =)
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