Maior amor ou melhor amor?

Eu nunca tive dúvidas de que já vivi o grande amor da minha vida. Sempre soube disso, desde o primeiro momento, e, mesmo com o todo o tempo que passou, minhas certezas não mudaram a esse respeito. Mas acho que não era pra ser... E já que a vida quis assim, já que não é mais para viver aquele grande amor, prefiro não amar daquele jeito novamente. Uma dose tão grande de amor (e de dor) quanto aquela foi suficiente... Já que não é pra viver tão intensamente aquele amor, prefiro um amor menos intenso mesmo, mais tranquilo... Não quero e nem conseguiria viver tudo aquilo com outra pessoa... E, definitivamente, não aguentaria passar por tudo aquilo mais uma vez... Por melhor e mais feliz que tenha sido, a dor e a decepção que vieram após o fim foram grandes demais e não quero passar por isso novamente, ao lado de mais ninguém... Preciso de um amor diferente...

Uma grande amiga, que também passou por uma situação de desamor bastante forte, me disse algo que me pareceu muito coerente e, de certa forma, me devolveu parte da esperança que depositava nesse forte sentimento, o amor... Ela disse mais ou menos que aprendeu que existe uma sutil diferença entre as formas de se amar... Que nem sempre o grande amor de nossas vidas, o nosso maior amor, é aquele que nos faz bem, que é melhor para nós, que vai ficar para a vida inteira ao nosso lado. E que quando um amor tão grande se torna de alguma forma prejudicial, quando deixa de existir em um dos lados, temos que ir em busca de um modo diferente de amar. E que por mais difícil que seja, mesmo que nunca consigamos esquecer definitivamente aquele sentimento, aquela pessoa, isso não nos impede de amar novamente, de uma outra maneira, de um jeito melhor, mais saudável... E é ai que entra o “melhor amor” (que nem sempre é o mesmo que o “maior amor”), que vem para nos fazer bem, para nos preencher de uma forma positiva... E, muitas vezes, é justamente esse melhor amor que nos acompanha para o resto da vida... É nisso que me concentro agora, é nisso que eu quero crer... Afinal de contas, não posso deixar completamente de lado a minha versão romântica e sonhadora, pois esta é uma das coisas que me move, que me faz acreditar na vida, nos sonhos, que me faz ter vontade de viver, de dar o melhor de mim e de correr sempre atrás da minha felicidade.

Sabe... A dor que senti no momento da partida continua aqui. Nem maior, nem menor, mas do mesmo jeito, com a mesma intensidade... A grande diferença é que aprendi a conviver com ela, aprendi a sobreviver e aos poucos, dia após dia e com um passo de cada vez, vou aprendendo a seguir a minha vida sem ele... Bem devagarzinho vou reencontrando a minha alegria de viver e descobrindo tantas outras formas de ser feliz, de estar de bem com a vida... E tenho certeza de que aos poucos redescobrirei também uma nova forma de amar. Como já disse, não igual àquele amor, tão forte, tão intenso, tão sublime, tão "perfeito" e idealizado... Mas um amor real. Quero acreditar que de uma forma ainda melhor, encontrarei um novo modo de amar, um amor não tão grande em intensidade, talvez, mas um amor melhor, que me traga toda a paz, a companhia e a alegria de que necessito... E, principalmente, que me corresponda de verdade. Quero alguém capaz de demonstrar o que sente através de atitudes, porque palavras eu já ouvi demais...

É bem isso ai...

Beijinhos!