É impressionante como
nossas ideias e convicções mudam com o passar do tempo! Ainda bem que somos
seres tão mutáveis e capazes de passar por tantos processos evolutivos (externos
e, especialmente, internos)...
Pensando em minhas
atuais convicções acerca do amor e diante da vontade de voltar a tocar no assunto,
lembrei-me que há algum tempo eu escrevi aqui sobre tal tema (logo no
primeiro ano de existência do meu blog, em 2012). Relendo o antigo texto, fiquei
realmente surpreendida com minha antiga forma de pensar. É certo que a
conjuntura por mim vivida naquela época era extremamente diferente e isso, sem
dúvidas, influenciou minha escrita, que foi totalmente levada pelas emoções do
calor do momento. Mas, enfim... Certos assuntos não cabem mais aqui, então
vamos começar tudo de novo.
Ah! O amor! Ai, ai... É lindo
quando ouvimos histórias de pessoas que se amam à primeira vista, que querem
estar juntos e têm certeza disso desde o primeiro momento... Não estou aqui
para dizer que isso é algo impossível. Longe de mim... Já vivi situações
arrebatadoras e sei o quão forte e incrivelmente lindas – e verdadeiras – elas
são para aqueles que as sentem/vivem. Mas sei também que situações assim só ocorrem
uma vez em um milhão. Portanto, a reflexão do dia não busca tocar nesse assunto.
Acredito que existem
inúmeras formas de se viver relacionamentos amorosos, de se abrir para o amor.
Mas para que qualquer sentimento exista – e persista – é necessário que haja
reciprocidade. Por esse motivo, hoje quero falar sobre aquele amor que pode (e
deve) ser construído por duas pessoas que almejam ficar juntas e que para isso
se esforçam.
Muitas pessoas vão e
vêm em nossa vida. Algumas são marcantes, chamam a nossa atenção de um modo
diferenciado. Algumas nos atraem mais, despertam sensações e interesses de
nossa parte. No momento em que tal interesse é recíproco, surge a possibilidade
de se ficar junto e, quem sabe até, de se desenvolver algo mais forte: um
sentimento, um relacionamento, o tão desejado amor... Quando conhecemos alguém
que se destaca diante de nossos olhos, quando consideramos boa a companhia da
outra pessoa, quando gostamos de estar junto do outro e quando começamos a
sentir falta de ter aquele indivíduo por perto, daí nasce a possibilidade de se
desenvolver um algo mais. Quando aprendemos um pouco mais sobre o outro; quando
conhecemos suas principais características (creio ser impossível conhecer
totalmente outra pessoa); quando percebemos os “defeitos” do outro e tais
probleminhas já deixam de nos incomodar, porque aprendemos a lidar com eles, a
conviver com eles; daí cresce ainda mais a possibilidade de se desenvolver
algum tipo de sentimento mais intenso, mais permanente, como o amor.
Eu, como a quase totalidade
de pessoas mundo afora que já sofreram alguma decepção amorosa, acabamos por
desenvolver certa dificuldade de se envolver amorosamente com outra pessoa, de
voltar a confiar em alguém a ponto de eliminar nossas barreiras protetoras e
permitir-nos viver algo mais intenso. Todavia, apesar de toda essa dificuldade,
ainda persiste a necessidade de se ter alguém para dividir a vida, os bons e os
maus momentos, os sonhos e objetivos... Ainda persiste aquele vazio e a
consequente necessidade de preenchê-lo com o tal sentimento forte chamado amor.
Só que, devido aos bloqueios que comentei ainda pouco, permitir-se viver essa
sensação não é tarefa fácil. Gostar um pouco, gostar muito de alguém é algo possível,
permitido para os que alimentam inseguranças e bloqueios sentimentais. Porém,
amar... Amar é mais complicado! Diante dessas dificuldades, amar alguém só é
possível quando o outro lhe passa a segurança necessária, quando o outro se
abre e demonstra estar aberto para viver o amor, quando a reciprocidade fica
mais do que clara,quando o outro se permite amar e ser amado. E, quando isso acontece, aí sim é possível viver o amor.
Desse modo, juntos, com esforço e forte desejo de dar certo, finalmente o amor
pode acontecer...
Sim. Eu sei que na
teoria é tudo muito mais fácil. Isso é mais do que óbvio. Na prática, nem
sempre funciona dessa forma. Até porque nós, seres humanos, muitas vezes somos
vencidos por nossas próprias inseguranças e temos a estranha mania de fugir das
possibilidades, de nem tentar, de complicar aquilo que nem sempre é tão
complicado... Contudo, refirmo: a vontade verdadeira de estar junto pode ser o
primeiro passo para dar certo...
Beijinhos! ;-)
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